nosso carnaval ny-warhol-artsie-seventies-classicrock

– Jamais esquecerei! Uhúú!!

– Eu também, amor! Nosso carnaval: a galera, e nossa playlist sem marchinhas, yééé!

E os dois tiraram uma selfie, linda, que gerou 417 curtidas em menos de 7 minutos.

são paulo soterrada sob os ossos dos meus amores

desdém, derrota e vitória. o caminho dos justos construído sob o atalho dos caídos.

essa cidade…

o aterro, a varanda, e os olhares para os prédios. o mato da raposo no velho oeste

tudo (tudo isso) entre os ossos dos meus amores

urubus rodeando a estrada

o método gg allin da iluminação reversa

estou em uma busca: ser um ‘nadavê’. sério. sem pegadinha de estilo. não desejo mais impressionar os outros por atos heroicos, inquestionáveis e bem alinhados à política. quero a ausência da virtude. nadar no lodaçal thrash da alienação. beber cerveja e falar merda num boteco sujo; quero voltar a desenhar um pato donald tosco na sua cédula sagrada. ser execrado por todos. esse é o meu direito sagrado. eu, na verdade, só quero entrar para o hall dos mortais e deixar as minhas iniciais no game over do fliperama, comer o  meu miojo requentado e aumentar a louça. ah, e claro, arrancar bosta do cu com a mão...

a mágica, e transcendental, balança das tragédias das redes sociais

Criada pela Magia do Caos. Manipulada pela humanidade por meio do Inconsciente Coletivo. 100 mil indivíduos, e suas enormes pás, abastecem a enorme Libra com suas tragédias favoritas. Paris. Mariana. Os corpos, putrefatos e desmembrados, postos à balança. Todos estão apreensivos com o resultado. A balança pende para um lado e depois para o outro. Um grito de torcida anima o local. A Libra quebra. Violentamente. Desmaterializa. Fim do ritual. Uma  mortalha contígua, descomunal, abraça o solo virgem. Todos estão mortos e unidos na sua condição.

redação do enem

-E aí, e aquela redação lá, hein?!
-Absurdo! E agora?! Agora eu tenho que defender feminazi??
O outro o olhou profundamente. Preocupado.
-Mas, calma… você não, a gente não pode…
-Não. Claro que não… E devemos ficar ‘mal’ por isso?
Um silêncio cortante. Eterno.

o dia do professor

Última aula. Noturno. Faço uma piada. Cursinho geral racha o bico.

– Você é engraçado, professor! Haha!

Eu me aproximo do aluno. Era o meu dia. Esperei tanto tempo por essa.

– Engraçado como? É o jeito que eu falo? Engraçado como… como um palhaço?! Eu tô aqui para te entreter?
Fui despedido. Ninguém entendeu nada; nem o diretor, mais velho do que eu…

Maldita molecada que só assiste filme-porcaria….